Hoje, 02 de abril é comemorado o Dia Internacional do Livro Infantil. A data não foi escolhida ao acaso. Há muitos anos atrás nascia o escritor dinamarquês Hans Christian Andersen (02/04/1805).
Nesta postagem, publicamos o conto A princesa e a ervilha para celebrar com todos os leitores do blog da Biblioteca Cecília Meireles esta data! Boa leitura!
Nesta postagem, publicamos o conto A princesa e a ervilha para celebrar com todos os leitores do blog da Biblioteca Cecília Meireles esta data! Boa leitura!
A princesa e a ervilha - Hans Christian Andersen
Era
uma vez um príncipe. Ele desejava ter a sua princesa, mas uma que
fosse princesa de verdade. Por isso viajou pelo mundo todo à procura
de uma assim, mas sempre havia alguma coisa de errado. Não faltavam
princesas em toda parte, mas ele nunca conseguia ter certeza de que
eram verdadeiras princesas. Havia sempre alguma coisa que não estava
muito certa. Ele voltou para casa triste e abatido, pois decidira em
seu coração casar-se com uma princesa real.
Uma
noite, uma tempestade terrível desabou sobre o reino. Raios
chispavam, trovões roncavam e chovia a cântaros - realmente
pavoroso! Inesperadamente, ouviu-se uma batida no portão da cidade,
e o rei em pessoa foi abri-lo. Havia uma princesa parada lá fora.
Mas valha-me Deus! Que figura ela era debaixo daquele aguaceiro, sob
um tempo daqueles! A água escorria pelo seu cabelo e suas roupas.
Jorrava pelas pontas dos sapatos e entrava de novo pelos calcanhares.
E, mesmo assim, ela insistiu que era uma verdadeira princesa.
“Bem,
isso é o que vamos ver, daqui a pouco!” pensou a rainha. Não
disse uma palavra, mas foi direto ao quarto, desfez a cama toda e pôs
uma ervilha sobre o estrado. Sobre a ervilha empilhou vinte colchões
e depois estendeu mais vinte edredons dos mais fofos por cima dos
colchões. Foi ali que a princesa dormiu aquela noite.
De
manhã, todos perguntaram como ela havia dormido. “Ah,
pessimamente!” respondeu a princesa. “Mal consegui pregar o olho
a noite inteira! Sabe Deus o que havia naquela cama! Era uma coisa
tão dura que fiquei toda cheia de manchas pretas e azuis. É
realmente medonho.”
Então,
é claro, todos puderam ver que ela era realmente uma princesa,
porque tinha sentido a ervilha através de vinte colchões e vinte
edredons. Só uma verdadeira princesa podia ter a pele assim tão
sensível.
Diante
disso o príncipe se casou com ela, pois agora sabia que tinha uma
princesa de verdade. E a ervilha foi enviada para um museu, onde está
em exibição até hoje, a menos que alguém a tenha roubado.
Pronto.
É um bom arremedo de história, não é?
Fonte:
CONTOS de fadas: de Perrault, Grimm, Andersen e outros. Tradução
Maria Luiza X. de A. Borges. Rio de Janeiro: Zahar, 2010. p.
247-248.
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