A morte acende seus faróis
mas não brilha tanto
somos imortais em nossa chama
de ternura e no que ama
acima do bem e do mal
no coração de Deus
Novembro às vezes é azedo
mas tem gosto de vinho
de algo vindo do futuro
do que renasce e é puro
como as ervas do caminho
Nos chama pelo nome o voto
a eleger aos dezesseis anos
o império da democracia
se proclama a república
se canta à bandeira
e se há em demasia danos
que parecem para a vida inteira
a primavera com seus encantos
já tem gosto e canto de verão
Novembro prepara teu coração
para as longas noites de verão
Fonte: MIRANDA, Luiz de. Livro dos meses. São Paulo: FTD, 1997. (Coleção falas poéticas). p. 26-27.
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